O refluxo é mais comum que muitas pessoas imaginam. Embora não seja comum falar sobre o tema, ele acontece em diversas situações e, em algumas delas, é até mesmo o responsável pelo mau hálito e por outros problemas bucais.
Ainda assim, muitas pessoas não sabem o que é refluxo. Questionamentos como “por que ele acontece?”, “quais são os principais impactos que pode trazer?” e “como afeta a saúde bucal?” também são muito comuns. Se você quer ter a resposta para essas e outras questões, então leia este artigo até o final.
Afinal de contas, o que é refluxo?
O refluxo acontece sempre que o suco gástrico presente no estômago volta para o esôfago. Essa não é uma reação comum, já que o esperado é que ele seguisse o fluxo natural da digestão.
De um modo geral, depois que uma pessoa se alimentou, a comida passa da garganta para o estômago. Quando chega a esse local, então as fibras musculares impedem que o alimento volte em direção ao esôfago. Caso esse procedimento não aconteça da forma correta, a comida, a bebida e, até mesmo, o suco gástrico podem acabar retornando.
Quando isso acontece, os tecidos do esôfago acabam apresentando certa irritação, e, quando recorrente, passa a se caracterizar a doença do refluxo gastroesofágico.
O que causa essa situação?
Existem diversas possíveis causas para o refluxo. Entre as principais delas, podemos destacar:
- hérnia de hiato;
- hipotonia do esfíncter esofagiano inferior;
- perda das contrações musculares do esôfago (responsáveis por conduzir o alimento para o estômago);
- aumento da pressão intra-abdominal;
- aumento da secreção gástrica;
- estômago muito cheio por tempo prolongado.
Qual é a relação com a saúde bucal?
Embora a maioria das pessoas não pense nesse tipo de associação, é bom destacar que o refluxo pode, sim, influenciar o sorriso. Na verdade, ele pode impactar a manutenção da saúde bucal de forma completa. Isso acontece porque, quando o suco gástrico atinge a boca, ele pode comprometer certas funções.
Como o suco gástrico é muito ácido, ele pode provocar erosões dentárias. Para ter uma noção melhor, o pH normal da boca fica em uma margem entre 6.8 e 7.2, mas a realidade pode ser alterada quando em contato com a acidez do suco gástrico. Nesse caso, o pH pode vivenciar uma queda drástica, e sua nova variação fica entre 1.2 e 3.0. Uma diferença em tanto, não é?
Somado a isso, a salivação passa a ser produzida de forma mais lenta nessa situação. Isso faz com que o paciente passe (involuntariamente) a dissolver o cálcio e fosfato do dente. Essa atitude pode soar despretensiosa, mas faz com que a dentição fique mais fina e fraca — um aspecto que faz com que fiquem mais vulneráveis aos impactos e sensíveis.
Não é só isso: os problemas também podem ocasionar boca seca (pela queda na salivação), mau hálito e sensação de boca amarga. Toda essa combinação pode favorecer o aparecimento de cáries, alguns fungos e doenças gengivais.
Como resolver essa questão?
Os tratamentos podem acontecer nesse caso com a ajuda de diversas especialidades — e a odontologia é uma delas. Os cuidados são importantíssimos, já que ajudam a prevenir desgastes maiores ou ainda reparar pequenos (ou grandes) prejuízos que já foram feitos.
Somado a isso, é importante também procurar um médico especializado, como um gastroenterologista. Ele ajudará a identificar as causas e o tratamento mais adequado para cada caso.
Como o diagnóstico é feito?
Bem, agora que você já sabe o que é refluxo, pode ser que esteja se perguntando como realizar um diagnóstico, certo? A maneira mais comum envolve uma endoscopia digestiva, mas ela não é necessária em todos os casos.
Os pacientes que têm perfil mais jovem e apresentam sintomas sem gravidade, por exemplo, podem realizar tratamentos empíricos. Nesse caso, a medicação e dieta podem ajudar a controlar a doença (que deve continuar sendo acompanhada) e a endoscopia passa a ser dispensável.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Entre as alternativas mais comuns, podemos citar os ajustes na dieta, o estilo de vida e as medidas posturais como principais pilares. Entretanto, essas não são as únicas disponíveis.
É comum também explorar o uso de antiácidos, antagonistas H2, agentes procinéticos, relaxadores do fundo gástrico e inibidores de bomba de prótons. Existe, também, uma grande variedade de remédios, mas somente o médico especialista é capaz de prescrever qual é o mais indicado para cada caso (assim como a dose e o período de utilização).
Vale lembrar-se de que alguns deles têm perfil mais forte e podem trazer efeitos colaterais (que causam vômitos, diarreia, aumento na chance de infecções e pneumonias e outros efeitos) — motivos de sobra para tomar cuidado!
Em casos mais graves, pode ser que o paciente tenha que ser submetido à cirurgia antirrefluxo, um procedimento que prevê a criação de uma válvula antirrefluxo entre o estômago e o esôfago.
Como conviver com a situação?
Quando a causa da situação é encontrada, então a doença pode ter a tão esperada “cura”. Ainda assim, é bom lembrar-se de que essa costuma ter um perfil crônico. Nesses casos, o melhor tratamento não prevê a cura da doença em si, mas, sim, um controle dos sintomas e a prevenção de complicações (como estreitamentos do esôfago, úlceras e câncer).
A maioria dos pacientes consegue conviver bem com medidas sem cirurgia, principalmente aqueles que são pautados pelas mudanças no estilo de vida combinadas com medicamentos indicados.
Outras práticas que podem ajudar são: evitar usar roupas apertadas, alimentar-se a cada 3 horas com refeições de menor volume, comer devagar, não deitar depois da refeição, evitar fumar ou ingerir bebidas alcoólicas e reduzir o estresse. Todas essas medidas estão na mão do paciente e podem trazer resultados incríveis!
Depois de ler este artigo e entender um pouco melhor o que é refluxo e a relação com problemas bucais, esteja atento aos sintomas mais comuns e procure os especialistas necessários para controlar a situação. Eles são verdadeiros aliados, tendo em vista que ajudam a identificar os sintomas e seguir com o tratamento da forma indicada.
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