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Empreendedorismo feminino: entenda como é o cenário brasileiro

O mundo experimentou uma transformação fantástica nas últimas décadas. Mulheres se superaram e assumiram cargos de destaque, liderança e se tornaram referência tanto para outras mulheres como para outros homens. Para entender, é preciso olhar com atenção para o empreendedorismo feminino.

Há uma peculiaridade nessa compreensão. A cultura de conservadorismo e as famílias mais tradicionais foram um desafio muito importante para que elas evoluíssem.

No entanto, elas conseguiram e agora estão em consolidação do seu espaço no mercado nacional e internacional. Neste artigo, falaremos de forma focada e objetiva como está essa situação no Brasil. Confira!

Como está a evolução do empreendedorismo feminino de forma geral?

O empreendedorismo feminino cresceu muito nos últimos anos — inclusive, as mulheres já ultrapassaram os homens quando o assunto é começar seu próprio negócio. Segundo um levantamento do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2016, realizado pela parceria entre Sebrae e IBQP, o número de mulheres empreendedoras no Brasil até o ano em questão era de 15,4%, enquanto o de homens era de 12,6%. Isso significa que, no país, há 7,9 milhões de mulheres empreendedoras.

Mas não é de hoje que as mulheres investem na carreira de empresárias. De acordo com a mesma pesquisa, já em 2007 o número de novos negócios iniciados por mulheres já contabilizava 51,5% contra 48,5% de empreendimentos abertos por homens.

Portanto, é importante falar sobre o empreendedorismo feminino, a importância das mulheres no mundo corporativo e o perfil das empreendedoras brasileiras. Continue a leitura e entenda como é a mulher brasileira empreende!

Qual o perfil das empreendedoras brasileiras?

As mulheres que começam seu próprio negócio têm mais estudo do que os homens e a maior parte delas empreende no setor de serviços. O programa Itaú Mulher Empreendedora, apresentado em 2017, realizou um estudo sobre o comportamento financeiro feminino e também traçou um perfil das mulheres empresárias do país. Veja algumas informações importantes levantadas pela pesquisa:

  • 79% das mulheres empreendedoras têm curso superior;
  • 68% trabalha em casa;
  • a renda média dessas mulheres é de R$ 6.536,00 mensais;
  • elas são mais jovens que os homens empresários — 40% das mulheres que tem seu próprio negócio tem até 34 anos;
  • em questão de educação, pelo menos 55% delas começaram o ensino médio, contra 38,5% dos homens.

A maior parte das mulheres empreendedoras está presente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, com 53,2%, 19,7% e 15,9%, respectivamente. A maioria dos negócios criados por mulheres são do setor de serviços, contabilizando 55% dos empreendimentos criados e geridos por elas, seguidos de comércio, com 33% de empresas, e indústria, com 12%.

Ainda segundo o GEM, a maioria das áreas atendidas pelo empreendedorismo feminino são:

  • serviços domésticos;
  • tratamento de beleza e cabelo;
  • comércio varejista de roupas e acessórios;
  • serviços de bufê e de comida preparada;
  • saúde particular;
  • atividades jurídicas;
  • contabilidade;
  • pesquisa de mercado.

Ainda, segundo pesquisas mais recentes do GEM, considerando o ano de 2018, é possível fazer comparativos e observar como o empreendedorismo feminino se conduziu até aqui. Algumas constatações importantes do estudo é que:

  • no empreendedorismo feminino 3 em cada 10 negócios formam o único sustento da família;
  • 86% das mulheres empreenderam sem planejamento anterior;
  • 46% delas estão faturando até R$ 5 mil e só 4% conquistam receitas acima de R$ 50 mil;
  • 32% são MEIs 23% microempresárias e 19 % informais.

Qual a importância da participação das mulheres no mundo corporativo?

O empreendedorismo feminino é muito importante para a economia nacional, visto que esse fator contribui muito para o crescimento do país. Como as mulheres estão empreendendo cada vez mais, geram emprego e renda para a população e pagam impostos, que são utilizados para fazer o país crescer, além de fazerem a diferença na vida das pessoas.

O empreendedorismo não é somente uma forma de as mulheres terem uma renda extra, mas também uma oportunidade de crescimento pessoal e amadurecimento. Essas empresárias, além de mudarem suas vidas, ainda são fonte de inspiração para outras mulheres, que, por meio de sua história, são motivadas a mudar de vida.

Segundo os dados levantados pelo programa Itaú Mulher, se houver igualdade de gêneros, o crescimento do PIB, apenas no Brasil, até 2020 será de R$ 850 milhões. Esses dados mostram como a presença da mulher no mundo corporativo é essencial para uma nação que deseja crescer e se tornar uma economia forte.

Quais os maiores desafios que as mulheres empreendedoras enfrentam?

É ótimo sabermos que as mulheres vêm crescendo e contribuindo com a qualificação do mercado de empreendedorismo, porém, há de se destacar que elas ainda enfrentam muitas situações de complicação que dificultam o caminho até o sucesso. Veja agora alguns dos desafios a serem superados.

Jornada dupla

Além de todas essas questões relatadas anteriormente, ainda há outros desafios muito comuns enfrentados pelo público feminino que tem o desejo de empreender. Muitas mulheres precisam enfrentar a dupla jornada de trabalho e, muitas vezes, não conseguem apoio da família quando decidem ter seu próprio negócio.

Nesse sentido, vemos vários perfis com muita força de vontade para vencer e acabam conseguindo. Porém, é preciso considerar o aspecto de cansaço inerente a esse cenário que dificulta a evolução e desequilibra o nível de oportunidades em relação aos homens.

Supere conversando com os familiares e criando uma função mais participativa de todos nos afazeres domésticos. É preciso dividir para crescer e, acima de tudo, é preciso que os esposos aceitem a evolução profissional de suas esposas para tornar a relação mais equilibrada e as tarefas menos centralizadas.

Nesse caso, o conceito de dupla jornada precisa ser encarado pelas duas partes, acrescentando valor tanto no aspecto profissional como no aspecto familiar.

Acesso ao crédito

Somado a isso, elas também precisam enfrentar o descrédito de investidores que ainda veem com desconfiança o fato de mulheres criarem seu próprio negócio.

Há uma cultura de que é normal que mais homens empreendam do que mulheres, apesar de os números atuais apontarem o contrário. Nesse caso, diante das circunstâncias, as instituições de crédito preferem avaliar as concessões a homens como de menor risco.

Então, é mais um desafio que precisa ser superado e a mulher deve conquistar seu espaço aos poucos demonstrando que tem capacidade para honrar compromissos e versatilidade para conduzir novas ideias de negócios.

Supere essa demanda buscando planejar melhor os seus investimentos. Estude e analise os riscos, busque argumentações mais sólidas para convencer sobre o sucesso do negócio e o potencial de retorno para conquistar mais crédito.

Confiança para começar

Embora o empreendedorismo feminino seja um fenômeno que atraia a atenção de entidades que analisam o mercado, as mulheres que desejam abrir sua própria empresa ainda enfrentam muitos desafios — e um deles é em relação aos motivos que as levam a abrir um negócio.

Enquanto 37% dos homens abre um negócio por necessidade, entre as mulheres, esse número sobe para 48%. O ideal seria que as pessoas abrissem uma empresa por oportunidade, mas esses dados da GEM deixam bem claro que o empreendedorismo feminino tem crescido mais porque as mulheres não encontram oportunidades no mercado de trabalho.

Ainda segundo o instituto, apesar de as mulheres terem tido mais educação que os homens, elas ainda ganham menos do que eles, mesmo quando são empresárias, pois a maior parte delas é dona de pequenos negócios.

Confie em si mesma. Acredite que o sonho é perfeitamente possível e não desista de lutar pela notoriedade do mercado. Lute pela igualdade de vencimentos ou até supere os ganhos com mais criatividade. Nesse caso, a confiança é um sentimento positivo a ser trabalhado para conquistar de vez o espaço de direito.

Mercado de tecnologia mais restrito

Outra questão que deve ser considerada é a falta de mulheres empreendedoras no setor de tecnologia. Talvez por falta de incentivo, não é muito comum vermos a presença delas em startups e negócios ligados à inovação. Esse é um quadro que pode mudar, desde que as mulheres recebam o incentivo necessário.

Caso você goste de tecnologia, não deixe de acreditar no seu potencial e desenvolver cada vez mais competências e habilidades. Lembre-se que esse mercado está competitivo tanto para homens quanto para mulheres.

Existe algum programa de apoio para o empreendedorismo feminino no país?

As mulheres que desejam empreender podem contar com ajuda do Sebrae e do Itaú, que criou um programa chamado Itaú Mulher Empreendedora, que já foi citado ao longo do post.

Esse programa visa capacitar, inspirar e conectar empreendedoras de todo o país. Então, além de adquirir novos conhecimentos, as mulheres participantes do programa ainda são estimuladas a ajudar outras mulheres a atingir o sucesso nos negócios.

As participantes do Itaú Mulher Empreendedora aprendem a gerir melhor as finanças de sua empresa e a investir capital em melhorias em seu negócio e em empreitadas que ofereçam retorno financeiro. As empresárias que aderiram ao programa já apresentaram um faturamento 11% maior em seu negócio.

Além do Itaú Mulher Empreendedora, ainda há outras iniciativas no país voltadas para incentivar as mulheres a construir seu próprio negócio. Em Goiás, por exemplo, existe a Rede Goiana da Mulher Empreendedora, que incentiva o público feminino local, que não sabe por onde começar, a empreender.

Como você viu, o empreendedorismo feminino não é um modismo — na realidade, ele nasceu da necessidade da maior parte das mulheres de ter uma renda melhor. As mulheres contribuem significativamente para a economia do país, mas ainda precisam vencer muitos desafios.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o cenário do empreendedorismo feminino no Brasil, que tal descobrir como anda o crescimento de franquias odontológicas no país?

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