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Relação entre Foco Odontológico e Cardiopatias

Atribuir maior importância aos possíveis riscos de intercorrências ou de morte ao prestar assistência aos portadores de cardiopatia,do que aos prováveis riscos a que este paciente permanecerá exposto se não tiver realizar os procedimentos necessários,pode ser um grande erro do Cirurgião Dentista.Prevenir;tratar e devolver a saúde bucal a este indivíduo deve ser a meta diante do paciente que busca atendimento.

Portadores de cardiopatias,valvares ou congênitas,expostos à bacteremias tornam-se predispostos à endocardite infecciosa (EI),uma doença grave,com alta taxa de morbidade e mortalidae e de alto custo hospitalar.

Cerca de 35% dos casos de EI têm como agente etiológico Streptococcus viridans,grupo de bactérias comensais da cavidade bucal,que ganham a circulação durante episódios de bacteremias oriundass d gengivites,periodontites,lesões endodônticas ou traumas sobre a mucosa bucal.Desta forma,é primordial para estes pacientes:manobras eficazes de higienização bucal,monitorização da saúde bucaal e intervenção imediata sobre qualquer foco odontológico.A manipulação destes focos deve ser realizada sob profilaxia antibiótica,dirimindo a bacteremia provocada pelo ato cruento.Em 2007 foram publicadas novas Diretrizes da American Heart Association quanto à indicação ou não de profilaxia antibiótica para procedimentos odontológicos nestes pacientes,que reduziu sua indicação apenas para portadores de próteses valvares cardíacas,histórico de EI e cirurgias de defeito congênito até seis meses após a correção.Excluíram cardiopatias em valvas nativas. A nosso ver,esta não é uma diretriz adequada à realidade de países onde há elevado número de casos de doenças valvar reumática,doença periodontal e cárie,como O Brasil.Desta forma orientamos que continuem a ser seguidas as diretrizes publicadas em 1997 pelo mesmo comitê que classificou o risco de endocardite infecciosa,orientando a necessidade ou não de profilaxia antibiótica,de acordo com o tipo de procedimento odontológico e gravidade da cardiopatia existente,conforme apresentado abaixo:

Condições cardíacass que requerem profilaxia antibiótica – AHA 1997

Alto risco

  • Próteses valvares
  • El prévia
  • Cardiopatias congênitas cianog~enicas complexas
  • Condutos  pulmonares construídos cirurgicamente

Risco Moderado

  • Disfunção valvar adquirida
  • Cardiopatias congênitas
  • Cardiomiopatia hipertrófica
  • Prolapso de valva mitral com regurgitação

Procedimentos odontológicos que requerem profilaxia antibiótica que envolvem manipulação de AHA 1997

  • Tecido gengival
  • região periapical
  • mucosa bucal

Regimes de antibioticoprofilaxia – AHA 1997

Antibiótico Dose Adulto Dose pediátrica Horário Via de administração
Amoxicilina 2g 50 mg/kg 60’ antes VO
Ampicilina 2g 50 mg/kg 30’ antes IM OU IV
Clindamicina 60 mg 20 mg/kg 60’antes VO
Clindamicina 60 mg 20 mg/kg 30’ antes’ EV

Portanto,focos de oriegem periodontal e endodôntica,devem ser entendidos como risco aumentado de endocardite infecciosa e devem ser tratados sob profilaxia antibiótica quando indicada e insistentemente trabalhado com o paciente como prevenir estes focos.Lembrando que o exame radiográfico completo somado ao exame clínico,são vitais para o diagnóstico correto de doenças bucais.

Portadores de insuficiência cardíaca grave,indicados para transplantes cardíaco,devem ser avaliados e tratados no período prévio á cirurgia,permanecendo após o transplante,igualmente isento de focos,pois,a existência de um foco odontológico diante da imunossupressão á qual será submetido após o transplante,pode ser responsável por episódio de rejeição do órgão enxertado ou mesmo pelo óbito do paciente.

Estudos têm associado presença de patógeneos periodontais com o risco aumentado de doença arterial coronária,devido á ativação e agregação plaquetária e ao lipopolissacarídeo produzido por estes patógenos que estimulam macrófagos resultando em aumento de interleucinas lα e l β e fator de necrose tumoral,citocinas envolvidas na aterotrombogênese.O que podemos depreender até o momento,é que os mecanismos das doenças se assemelham e pode haver relação entre eles.


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