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Guia prático: como se tornar um líder e fazer um gerenciamento de equipes eficiente

Guia prático: como se tornar um líder e fazer um gerenciamento de equipes eficiente

Introdução

Líderes nascem prontos ou aprendem a liderar? Essa é uma das perguntas que muitas pessoas se fazem quando o assunto é liderança. Ela nos leva também a outro questionamento: como se tornar um líder?

Quando estamos diante de alguém que desempenha esse papel com grande habilidade, nos pegamos pensando no que ele tem de diferente das outras pessoas. Da mesma forma, quando percebemos que alguém está com dificuldade de fazer o papel de um líder, é nítido que se está longe de ver uma liderança efetiva.

Todavia, baseado em estudos, teorias e casos reais, fazer um gerenciamento de equipes eficiente não requer que a pessoa seja um líder nato. Hoje em dia, sabe-se que a maior parte das características de um ótimo líder são aprendidas.

Alguns aprendem de forma mais natural, devido à sua educação e experiência de vida e, por isso, parecem mesmo ter nascido para isso. Outros, por sua vez, aprendem ao longo do tempo, seja pela necessidade ou pelas oportunidades que aparecem no meio do caminho.

No entanto, o que vamos explorar nesse conteúdo é a essência da liderança, aquilo que demonstra que alguém de fato se tornou um líder, apontando as características vitais para um ótimo gerenciamento de equipes. Continue lendo e saiba todos os detalhes!

O que se espera de um líder?

Ao nos depararmos com essa pergunta, muitas coisas que aprendemos a respeito de bons líderes vêm a cabeça – principalmente aquelas características que admiramos em lideranças que temos como referência.

Segundo a teoria do Círculo Dourado, de Simon Sinek, a essência de um líder é inspirar as pessoas a fazerem aquilo que ele acredita. E ele vai além: de acordo com sua teoria, as pessoas fazem por também acreditarem naquilo que o líder os inspira a fazer.

Entenda o que se espera de um líder sob o olhar da teoria do Círculo Dourado:

Teoria do Círculo Dourado de Simon Sinek

Imagine você toda uma teoria construída em cima de um círculo. Isto é, por meio de uma ilustração de um círculo, contendo mais duas circunferências menores, o autor Simon Sinek elaborou seu pensamento a respeito do que é o processo de liderança. Ele o chamou de golden circle.

Dentro de cada circunferência, de fora para dentro, estão três indagações: “O que?”, “Como?” e “Por que?”. A maior parte dos líderes de equipes acredita que, em primeiro lugar, é preciso saber o que fazer, depois como e, finalmente, por que fazer algo. Porém, Sinek fez justamente ao contrário.

Para ele, as pessoas não compram produtos tomando por base o que ele é, mas sim pelo motivo pelo qual ele existe. Em uma palestra, ele usa o exemplo de Martin Luther King para demonstrar como isso funciona.

Martin Luther King

No exemplo, ele destaca que a popularidade do líder do Movimento de Direitos Civis dos negros nos Estados Unidos da América se devia ao fato das pessoas acreditarem no que ele acreditava.

Ou seja: um verdadeiro líder é aquele que representa aquilo em que as pessoas acreditam.

Apple e Dell

Tratando-se do meio empresarial, os exemplos da Apple e da Dell, duas empresas do ramo da tecnologia, demonstram essa essência da liderança e do sucesso que ela pode gerar. Em termos de equipamento, as duas possuem o mesmo nível de excelência.

Porém, a Apple acreditou em um conceito, não só em um produto, e, por acreditar, atraiu pessoas que também acreditavam naquilo. Algo que ia além de funcionalidade, mas um estilo de vida, uma visão estética para a realidade, enfim, uma marca da qual as pessoas gostariam de fazer parte.

Diante disso, o que inspira as pessoas para a ação é sempre o conteúdo. Ele é justamente aquilo que dá sentido para a existência de um objeto, atividade, ideal, objetivo, dentre tantas outras coisas.

Saber transmitir isso e criar metas em cima desses valores é o que atrairá pessoas inspiradas e motivadas para lutarem por aquilo que um líder acredita.

Pipeline de Liderança de Ram Charan

O Pipeline de Liderança é um modelo desenvolvido por Ram Charan, Stephen J. Drotter e Jim Noel para explicar as passagens que uma pessoa precisa compreender para se tornar um líder de verdade.

Segundo o modelo, são 6 passagens necessárias para entender as exigências da liderança. Cada uma dessas passagens possui experiências necessárias, assim como exige habilidades e conhecimento, como transformações comportamentais, capacitação e noções de ética no trabalho.

Conheça cada uma dessas passagens do Pipeline e veja o que cada uma delas exige de um líder!

1ª Passagem: do próprio gerenciamento ao gerenciamento do outro

Há muita diferença entre ser um colaborador individual e um gerente. No geral, as pessoas começam no primeiro, aprendendo tarefas e funções, focados no próprio desempenho, acostumando-se com suas responsabilidades etc.

Após adquirirem as habilidades para lidar com a sua própria demanda e aderirem aos valores da organização, são promovidos. Nesse momento, podemos dizer que esse indivíduo se encontra na Passagem 1.

Exigências: Por ser muito comum nessa etapa encontrar colaboradores bem-sucedidos no seu trabalho, o processo de promoção pode não ser tão bem recebido do ponto de vista das novas funções e papéis. Portanto, se faz necessária uma transição comportamental e de valores.

2ª Passagem: de gerenciar equipes para gerenciar outros gerentes

A principal diferença desse nível para o anterior é o fato de que, nessa etapa, o gerente não precisa mais realizar tarefas individuais, apenas gerenciar. Para isso, é preciso desenvolver uma visão estratégica.

Exigências: Selecionar pessoas que passarão para a Passagem 1 e delegar tarefas administrativas e de liderança, avaliar progressos de gerentes e treiná-los.

3ª Passagem: do gerenciamento de gerentes para o gerenciamento de uma função

Essa transição carrega um nível maior de dificuldade. Quem está passando por ela pode perceber que precisa agora penetrar em dois níveis de gerência para se comunicar, carregando consigo a responsabilidade sobre uma função.

Exigências: Criar estratégias a longo prazo para a sua própria função, habilidades de planejar o futuro.

4ª Passagem: do nível operacional ao nível de negócios

Uma coisa é ser responsável por determinada função em uma empresa, mesmo sendo principal responsável. Outra coisa bem diferente é ser um dos principais gerentes do negócio como um todo.

Essa etapa configura uma liderança que muitos almejam, pois é mais satisfatória e desafiadora. No entanto, poucos estão realmente preparados para a função.

Exigências: Grandes mudanças de habilidades, na administração do tempo e nos valores do trabalho. Equilíbrio entre metas futuras e as necessidades atuais. Isso exige uma capacidade de parar o que se está fazendo e analisar.

5ª Passagem: de gerente de negócios a gerente de grupo

Essa etapa compreende a transição de um gerente do seu negócio que obteve grande sucesso para o gerente de dois ou mais negócios. Aqui, é importante destacar a dificuldade que muitos têm em trabalhar pelo sucesso de outros gerentes de negócios sem querer o mérito para si.

Exigências: Valorizar o sucesso dos outros e trabalhar para isso. Requer uma grande mudança comportamental e capacidade para desenvolver uma perspectiva global.

6ª Passagem: de gerente de grupo a administrador de empresa

Essa mudança de passagem é muito mais focada em valores do que em habilidades. Nela, é preciso passar por uma reinvenção. Além disso, exige a habilidade de lidar com uma longa lista de clientes externos.

Exigências: Conseguir reunir um time ambicioso e eficiente, dar forma aos recursos humanos da companhia e tomar decisões importantes periodicamente.

O que não se espera de um líder?

Ao longo do texto, mostramos pontos importantes relacionadas à evolução de um líder, destacando papéis, funções e tarefas que ele precisa desempenhar em cada nível em que se encontra.

No entanto, há também características indesejáveis que podem atrapalhar a trajetória de um líder, impedindo-o de crescer e alcançar níveis mais altos de influência. Veja alguns aspectos que não são produtivos para o gerenciamento de equipes:

  • não escutar sua equipe;
  • deixar de cumprir prazos por falta de organização;
  • fazer promessas sem a pretensão de cumpri-las;
  • não dar feedback a seu time;
  • ser ríspido ou dificultar o acesso de seus liderados;
  • não ter um propósito;
  • pensar apenas em resultados, sem considerar o impacto real das ações;
  • tomar créditos do sucesso para si;
  • culpar a equipe pelos erros;
  • reter informações;
  • faltar com ética.

7 atitudes e comportamentos importantes

Diante de tantos problemas que podem impedir ou atrapalhar a trajetória de alguém que queira se tornar um ótimo líder, vimos que a maior parte deles está ligada a atitudes e comportamentos.

Portanto, vamos destacar 7 aspectos positivos que devem ser trabalhados em quem quer se tornar líder de um negócio:

1. Incentivar a equipe diante de desafios

Um líder que desencoraja a sua equipe precisa rever a sua forma de liderar. Uma das funções mais importantes desse papel é a de inspirar os liderados, incentivando-os a superar desafios, sejam eles de natureza externa ou uma limitação pessoal.

2. Criar vínculos com sua equipe

Há quem pense que o vínculo é uma coisa desnecessária ou mesmo prejudicial num ambiente profissional. Porém, isso não é verdade.

Criar vínculos não significa, por exemplo, extrapolar os limites de uma relação no ambiente de trabalho, forçando intimidade ou conversando sobre assuntos inadequados, mas sim ter uma ligação com as pessoas que envolva empatia, afinidade e compreensão.

Vale lembrar que no processo de aprendizagem, desde a escola e as primeiras interações sociais, o afeto e o vínculo ocupam um lugar vital para que o indivíduo evolua.

3. Vislumbrar soluções

A visão para o futuro é uma característica que todo líder passa a ter que desenvolver quando se vê diante de uma equipe. Essa visão precisa estar sempre direcionada para a busca de soluções.

Um líder não pode deixar essa tarefa nas costas da equipe e, simplesmente, cobrar pelos resultados. Ele precisa ter uma postura ativa na busca por melhores resultados.

4. Reconhecer méritos

Não se trata aqui de criar um clima de rivalidade entre integrantes de uma mesma equipe, comparando-os e apontado melhores e piores.

O reconhecimento é, sim, uma necessidade humana, capaz de motivar as pessoas para continuarem suas ações. Trata-se de recompensar o bom desempenho, creditando os méritos aos responsáveis.

5. Fornecer feedbacks constantemente

Quando um líder percebe que a forma pela qual sua equipe está executando algo não vai dar certo ou está incorreta, ele não pode esperar acontecer para alertar.

O uso do feedback deve ocorrer a todo momento para, assim, evitar desperdício de tempo, recursos e do próprio trabalho em si.

6. Fazer parte da equipe

É muito comum que as equipes se queixem que seus líderes e gestores não sabem de fato o que ocorre na sua rotina de trabalho, bem como os problemas enfrentados e os desafios superados. Alguns nem mesmo sabem o que seus liderados estão fazendo, em que projeto estão trabalhando etc.

Fazer parte da equipe pressupõe uma participação ativa na rotina do time, assim como requer um nível de comunicação menos verticalizado, tornando líder e colaboradores uma só força.

7. Dar exemplos por meio da própria conduta

“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Essa famosa frase diz muita coisa sobre líderes que não dão exemplos positivos para seus liderados e, ainda assim, exigem que eles tenham uma conduta diferente.

A forma mais impactante e duradoura de ensinar um comportamento ou atitude para alguém é por meio do próprio exemplo. Embora a comunicação seja extremamente importante, não adianta falar uma coisa e agir de outra forma completamente diferente.

Esse tipo de comportamento demonstra uma incongruência e revela que algum desses lados está sendo encenado e, provavelmente, o pior deles.

Veja alguns comportamentos de líderes que servem como exemplo positivo:

  • tratar bem todos os colaboradores, independentemente da função que desempenham;
  • falar sempre a verdade para clientes, colaboradores etc.;
  • cumprir as promessas ou avisar quando algo impossibilitar o cumprimento delas;
  • ser transparente quanto aos próprios objetivos com a equipe;
  • ser pontual e responsável;
  • estar engajado com o trabalho.

Tudo isso tem grande efeito no desempenho da equipe, influenciando-o direta e indiretamente e norteando o caminho para alcançar os resultados finais.

A importância da especialização

Vimos nas teorias que, conforme vamos avançando em níveis de liderança, precisamos dominar melhor certos conhecimentos. Saímos da condição de aprendiz e nos tornamos “professores”.

Para dar uma base sólida de conhecimento e segurança sobre o que se está transmitindo, a especialização é um caminho que todos, em algum momento, precisarão escolher.

Uma especialização em gestão de pessoas, por exemplo, fornecerá conhecimento e prática para qualquer profissional que precise gerenciar equipes e negócios. Veja alguns conhecimentos que podem ser aprendidos com uma especialização voltada para a gestão de pessoas:

  • compreender tendências externas e estar alinhado com elas;
  • articular as múltiplas faces envolvidas no processo de trabalho, ciando uma visão global sobre elas;
  • ampliar conhecimentos sobre o comportamento humano, processos grupais e aspectos relacionados ao ambiente de trabalho;
  • aprender formas de desenvolver outras pessoas de maneira integral.

Diante disso, vemos que alguém que busca uma especialização está algumas casas à frente quando assume um papel de líder. Muitas coisas que seriam aprendidas no dia a dia já terão sido vistas ou, pelo menos, previstas por quem concluiu uma especialização.

Tratando-se de uma área que exija um conhecimento sólido do que a equipe está executando – como a área da Saúde, por exemplo –, o conhecimento adquire outras funções.

Além de garantir que os procedimentos sejam executados de forma correta, sem prejudicar seus clientes, há também o domínio no assunto, que tende a facilitar o processo de liderança.

O domínio de determinado conhecimento

Levar alguém a fazer algo requer um nível de influência. Alguns optam pelo poder, outros preferem merecer aquela função. No geral, os dois podem conseguir o mesmo efeito: delegar funções para seus liderados. No entanto, aquele que conseguirá manter sua influência é, sem dúvida, o que buscou um conhecimento mais profundo sobre seu trabalho.

Dominar uma área de conhecimento é um passo importante para quem quer atingir níveis mais altos na carreira.

A importância do desenvolvimento pessoal

Todo comportamento ou atitude tem origem em um conteúdo mais profundo que todo indivíduo carrega. A maneira pela qual tratamos as pessoas, o jeito que nos posicionamos no mundo, seja com insegurança ou arrogância, tudo isso é origem de uma história pessoal única e intransferível.

Quem acha que, para liderar equipes em um ambiente profissional não precisa de uma boa dose de autoconhecimento, está enganado e sofre grandes riscos de colocar tudo a perder.

Conhecimento é um conceito muito amplo, compreendendo diversas dimensões. Quando vemos alguém extremamente competente cometendo erros atrás de erros por problemas pessoais que não consegue enxergar, estamos diante de um tipo de conhecimento também.

A inteligência emocional é essencial para qualquer pessoa que lide com outras pessoas, principalmente aquelas que estão em uma posição de referência, assumindo muitas responsabilidades.

Portanto, a busca pelo desenvolvimento pessoal, assim como a capacitação técnica, é necessária para desempenhar uma liderança plena.

4 passos para construir uma equipe de alta performance

1. Investir em um processo seletivo diferenciado

A seleção de candidatos é a porta de entrada de talentos para a organização. Além disso, é a apresentação da empresa para esse novo membro que fará parte dela.

Logo, pensar criteriosamente em requisitos para seus candidatos antes de escolhê-los, bem como planejar todas as etapas, utilizando instrumentos inovadores e assertivos, garante que se tenha o melhor em capital humano para escolher.

2. Ter uma gestão de talentos efetiva

Após o candidato ser contratado, é preciso oferecer condições para que ele se desenvolva integralmente e, também, mantenha seu grau de motivação.

A gestão de talentos inclui estratégias como Políticas de Recompensa, Planos de Carreira, investimento em Qualidade de Vida no Trabalho, benefícios diversos, promoções etc. Gerenciar talentos é valorizar o papel de cada um, de maneira individualizada e coletiva, dando motivos para o colaborador continuar fazendo parte da equipe.

3. Acompanhar de perto o desempenho da equipe

É preciso investir também em instrumentos capazes de mensurar o desempenho da equipe. A única maneira de saber se sua equipe é de alta performance é conhecendo de perto como ela produz.

Somente depois dessa mensuração é que se pode estabelecer alguma meta ou objetivo – pois, para saber onde se quer chegar, primeiramente, é preciso saber qual é o seu ponto de partida.

4. Fornecer alternativas de crescimento

O treinamento de colaboradores é um diferencial das empresas que possuem equipes de alta performance. Uma cultura de aprendizado é capaz de transformar pessoas, tirando-as de sua zona de conforto e explorando novos potenciais.

Seja por meio de cursos, eventos, palestras, games ou outros incentivos no dia a dia do trabalho, é preciso oferecer alternativas para o colaborador evoluir técnica e pessoalmente.

Conclusão

Como vimos nesse conteúdo, o caminho para se tornar um ótimo líder e influenciar uma equipe para atingir a alta performance depende de uma dedicação que envolve várias dimensões da vida pessoal e profissional.

As atitudes e comportamentos esperados, o grau de capacitação, a facilidade em lidar com problemas e solucioná-los, tudo isso pode ser adquirido se a pessoa estiver buscando meios para alcançar esse aprendizado.

A congruência entre aquilo que se busca para o futuro e o que se faz no presente é a chave para alcançar níveis cada vez mais altos na carreira.

Como pessoas que se tornarão referência para outras pessoas, líderes devem ser inspiradores e, para isso, precisam se inspirar com as coisas ao redor, assim como as pessoas que o cercam.

Diferentemente de um artista que busca forma uma inspiração e executa sozinho o seu trabalho, um líder precisa conectar outras pessoas com a sua inspiração, influenciando-as a trabalharem pelo mesmo objetivo.

Essa tarefa depende de todos esses fatores que destacamos ao longo desse texto, começando pela própria evolução consigo mesmo até a forma pela qual ele enxerga e lida com outras pessoas.

Diante disso, é preciso unir a evolução técnica e intelectual ao desenvolvimento pessoal e comportamental, buscando de maneira constante o aperfeiçoamento e uma visão de mundo que ultrapasse suas verdades, ampliando-a para as necessidades reais de quem está em volta.

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