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Estética e saúde bucal: diastema – o que é e como corrigir

Na odontologia, diastema é o nome dado a qualquer espaço existente entre os dentes centrais superiores que, em casos acentuados, pode interferir na dicção. Existem pessoas e culturas, entretanto, que acreditam que esta característica da dentição pode ser um charme a mais na fala e no sorriso de um indivíduo. Na Idade Média, mulheres que apresentavam diastemas, eram consideradas cheias de luxúria e insaciáveis. Na França, é chamado de ‘dents du bonheur’ ou ‘dente da sorte’. Já no Brasil, a idéia de sorriso perfeito corresponde a um sorriso branco, no qual os dentes se encontram perfeitamente alinhados, não havendo qualquer espaço entre eles.
Defeito para uns, charme para outros, o certo é que o afastamento entre os dentes não passa despercebido – o olhar tende a se direcionar para a boca, principalmente, quando a pessoa sorri. Um sorriso bonito é razão de admiração. Existindo algum “defeito”, nossa concentração visual se volta ainda mais para ele, focando-se no ponto mais central da boca, como é o caso dos diastemas.
Para entender exatamente o que é como interfere na fala e como corrigir os diastemas listamos os pontos principais sobre o assunto. Leia abaixo:

1) O que são diastemas?

Diastema é compreendido na Odontologia como os espaços existentes entre os dentes, significando ausência de contacto entre dois ou mais dentes consecutivos, que dá origem a um resultado estético insatisfatório, especialmente segundo os padrões estéticos predominantes.

2) Por que isso aparece? É uma herança genética?

Os diastemas podem ser fisiológicos ou patológicos. Os diastemas fisiológicos são aqueles que fazem parte do desenvolvimento normal da dentição e da oclusão. Na dentição decídua (irrupção dos dentes de leite) é normal e desejável a presença de espaços generalizados entre eles, porque o número de dentes é menor do que o que teremos na idade adulta. Esse espaço também é necessário quando da irrupção dos incisivos centrais superiores permanentes, em que se observa um espaço entre os mesmos, iniciando uma fase de desenvolvimento da dentição infantil denominada de “patinho feio” que, na maioria dos casos, persiste por um tempo de 3 a 4 anos.
Já os diastemas patológicos são causados por inúmeros fatores, como hereditariedade, inserção de freio labial, ausência e/ou tamanho diminuído do incisivo lateral superior, perda de dentes devido à processo carioso ou problema periodontal, lesão dos tecidos moles, retenção prolongada de dentes de leite, fatores genéticos, hábitos de sucção de dedos, tamanho aumentado da língua, postura anormal da língua, discrepância entre as bases ósseas e o tamanho dos dentes e fusão imperfeita na linha mediana do palato.
Os diastemas que aumentam progressivamente, freqüentes em adultos, principalmente após os 40 anos, geralmente têm como causa problemas periodontais somados a trauma oclusal e movimentos parafuncionais.

3) Chupar dedo, mamadeira ou chupeta podem gerar o problema?

Sim, esses hábitos podem levar ao desenvolvimento de diastemas, porque são objetos que exercem pressão muitas vezes exagerada sobre os dentes.

4) Ele só aparece nos dentes frontais ou pode ocorrer em outro lugar da arcada?

Existem diastemas centrais, laterais e posteriores. Os diastemas centrais ocorrem entre os dois incisivos centrais (dentes anteriores) e assim por diante.

5) Qual a melhor idade para iniciar o tratamento? O que deve ser feito?

A causa do espaço irá ditar a forma de tratamento. Na dentição mista, a freqüência do diastema entre os incisivos, imediatamente após a irrupção dos incisivos centrais superiores, representa cerca de 70% dos casos e, em 82% dessas situações, ocorre o fechamento espontâneo sem nenhuma intervenção ortodôntica.

Já os diastemas patológicos necessitam de intervenção mecânica através do uso de aparelhos ortodônticos. Portanto, o exame detalhado do paciente e sua correlação com a fase do desenvolvimento da oclusão e com o fator causador determinarão o melhor tratamento e a melhor época para fechamento do espaço.

6) Após o tratamento, os dentes podem voltar a se separar?

O tratamento dos diastemas, além de ser individualizado, requer domínio da mecânica ortodôntica e, também, o conhecimento dos fatores causadores, pois existe forte tendência para reabertura do espaço, mesmo após o fechamento ortodôntico e contenção do espaço fechado.

A fase de contenção é de grande importância, porque o periodonto e as regiões adjacentes apresentam-se em estado de reorganização. A contenção ou estabilização deve ser mantida até que os tecidos voltem a seu estado normal. Entretanto, se os fatores que causam o diastema não foram eliminados em sua totalidade, este pode voltar a abrir.

7) Este tipo de problema pode influenciar na dicção?

Sim, o espaço provoca sons indesejáveis e, em algumas pessoas, não permite entonações certas, influenciando na compreensão da fala.

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