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Carla Sarni – presidente da Sorridents- empreendedora nata

Dra Carla com o Prof. Aristides Jr. e a pró reitora Viviane Araújo

Muitas vezes nos perguntamos o que leva uma pessoa a se destacar dentre outras que possuem uma mesma formação, um mesmo conhecimento. A resposta pode ser: oportunidade, talento, dedicação, persistência, sorte. Tudo com uma boa dose de humildade. Estas seriam apenas algumas das respostas possíveis. Muitos de nós temos uma ou mais destas características e ainda assim não conquistamos tudo que almejamos. Por quê? Talvez a história de vida de Carla Renata Sarni, fundadora da Sorridents, considerada a maior rede de clínicas odontológicas do Brasil, hoje com 160 unidades, em dez estados brasileiros, possa nos responder.
A trajetória da cirurgiã-dentista, que este ano teve sua empresa eleita como a melhor franquia no segmento de saúde e bem-estar pela Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios já foi contada pelas principais publicações do Brasil, bem como programas de TV e em sites da Internet. Resumidamente sua história conta a vida de uma garotinha, da cidade paulista de Pitangueiras, que, aos 8 anos de idade, foi para a frente de um supermercado com uma caixa de linha de costura, vendeu a mercadoria e comprou sua primeira bicicleta. Aos 16, já na faculdade, vendia roupa e doces para colegas de universidade e professores. Com a renda de suas negociações, mantinha seu curso de Odontologia na Unifenas e ainda ajudava sua mãe, também comerciante de roupa, e o pai, motorista de circular.
Em 1994 chegava ao fim o seu período de universitária e “camelô”, como era apelidada pelos colegas. Diplomada, foi para São Paulo em busca de seu primeiro emprego. Em poucos meses passou por duas clínicas, até chegar a uma terceira, que funcionava sobre uma padaria na Vila Cisper, zona leste da capital paulista. Após três meses no novo emprego, recebeu de familiares uma moderna cadeira odontológica. Resolveu pedir as contas para montar o seu próprio consultório dentário. O patrão quis então lhe vender a clínica onde trabalhava, com uma única cadeira a manivela. A jovem cirurgiã-dentista encarou o desafio, manteve a antiga cadeira e convidou uma colega de faculdade para trabalhar com ela. Um ano após a sua formatura, nascia a Sorridents.
Na busca de oferecer um trabalho diferenciado para as classes C, D e E, Carla trabalhava de segunda a sábado, personalizava sua atuação e prestação de serviço com qualidade. Com o tempo, implantou em sua clínica todas as especialidades da área odontológica. A ideia era oferecer ao paciente todo o tratamento em um único lugar.
Sua clínica era vista por outros profissionais como exemplo e queriam copia-lá. O negócio cresceu tanto que seu marido, Cleber Soares, teve de deixar o exército. Ele cursou odontologia, pós-graduou-se em administração e foi trabalhar com a esposa. O próximo passo de Carla foi a criação da franquia Sorridents.
A empreendedora acredita que seu sucesso e da franquia sejam ancorados por três pontos: determinação (nunca desistir de seus objetivos, por maiores que sejam os obstáculos), compromisso (desenvolver ações que levam à credibilidade; exemplo, nunca desmarcar uma consulta) e paixão e humildade (pelo que se faz e para com as pessoas). Neste último item, ela coloca que a titulação profissional não faz ninguém maior ou melhor do que o outro. E que não é o dentista que presta um favor ao paciente e sim o contrário, por ter lhe escolhido para tratá-lo.
Na entrevista que se segue, Carla Sarni conta como vê a questão do empreendedorismo, sua história de sucesso, o futuro de sua franquia e o papel da Unifenas na sua formação.
A entrevista correu após palestra proferida por Carla para alunos e professores da Unifenas, no campus de Alfenas, no dia 9 de agosto de 2010. Na oportunidade recebeu elogios e retribuiu à Universidade, que, como disse, faz questão de lembrar em todas as suas palestras como a instituição em que se graduou e se especializou em buco-maxilo. Instituição que, segundo ela, lhe ofereceu as bases para uma carreira promissora.

Central de Jornalismo da Unifenas – O professor Leandro Carnevalli (coordenador do colegiado do curso de Odontologia de Alfenas) brincou que você teria o “toque de Midas” (rei da mitologia grega que tornava ouro tudo que tocava). Você tem mesmo esse toque?
Carla Sarni – Eu tenho bastante sorte mesmo. Todas as oportunidades que passam na minha vida eu realmente agarro, coloco muito otimismo naquilo que faço. Então, sempre penso para o lado positivo e não para o lado negativo. Acho que isso acaba atraindo muita coisa boa.

CJU – Sua história de vida é interessante e envolve muitas questões relacionadas ao empreendedorismo. Como se tornar um empreendedor?
Carla – Acho que é ter compromisso, determinação, muita dedicação. Porque, como sabemos, 80% dos empresários que abrem uma empresa não sobrevivem aos primeiros cinco anos. Então é isso: se tiver determinação, acreditar naquilo que faz, tiver paixão pela sua profissão, a coisa acontece.

CJU – Na sua trajetória de sucesso, onde entra a Unifenas?
Carla – É a minha base, a minha formação é da Unifenas. E como eu disse: tenho mais de 4 mil dentistas parceiros, já cheguei a dar planejamento para dentistas com anos de formados. Então, acho que a base que a Unifenas oferece hoje para um profissional da saúde abre muitas portas e é o principal, o que faz ele realmente caminhar daí em diante sozinho. Sem isso, não tem como.

CJU – A Sorridents já tem 15 anos, qual é o futuro da franquia?
Carla – Nossa ideia é chegar as 500 unidades até 2016. Nós já somos os maiores da América Latina, mas queremos alcançar a Vital Dent, que é da Espanha, e sermos a número um do mundo. E continuarmos crescendo em escala, sem perder a qualidade, sem perder os princípios.

CJU – Qual a importância dessa busca pelo sonho, e lutar por ele?
Carla – Eu acredito que todas as pessoas têm que ter um objetivo na vida, senão não tem sentido viver. Todo mundo tem sonhos e não adianta ficar sendo esperando que os sonhos aconteçam. Nós temos que correr atrás. E uma das coisas para se alcançar um sonho é ter meta para chegar até ele. Então, nós temos que ter meta tanto profissional como pessoal. Porque eu acredito que ninguém é feliz tendo alcançado uma meta profissional e não tendo uma meta pessoal alcançada. As duas coisas têm que andar juntas.

CJU – Você falou de metas, às vezes, as pessoas têm essa consciência de estabelecer as suas metas, mas parece faltar algo mais. O que você diria que falta?
Carla – Determinação! Quando você coloca uma meta em sua vida para poder alcançar um sonho, você precisa ter a determinação de correr atrás dele e colocar prazo. Não adianta ter um sonho para realizar quando você não estiver mais nessa vida. Então tem que ter prazo para tudo. Olha, eu quero alcançar um sonho de ter alguma coisa, mais é daqui a cinco anos. Você tem que cumprir esta data, senão, não tem sentido.

CJU – De tudo isso que você já expôs, para a Sorridents chegar aonde chegou, o que foi preciso, como foi esse percurso?
Carla – Eu tive que abrir mão de muita coisa. Não tenho muitas horas com os meus filhos e o tempo que fico com eles tento ter qualidade. Então, tive que me sacrificar muito, trabalhar muitas horas por dia, dormir pouco. Porque uma jornada para tocar uma empresa deste tamanho e ainda poder se dedicar à família não é fácil. Mas, acho que o que me levou até aqui foi realmente o sonho de vencer. A determinação para alcançar este sonho. Eu falo que não faço as coisas por dinheiro. Dinheiro na minha vida é consequência. É porque eu sou uma empreendedora nata. O que me satisfaz é realizar algo.

CJU – Qual é o diferencial da Sorridents para chegar a ser considerada a maior rede odontológica do país?
Carla – A personalização no atendimento! Eu aprendi na Unifenas a solidariedade, graças aos atendimentos que nós tínhamos nas comunidades carentes. Saí daqui com o princípio de ganhar dinheiro, mas também continuar ajudando o próximo. Isso me fez entender que temos que tratar as pessoas como seres humanos e com muita dedicação, carinho e personalização no atendimento. Nós não estamos atendendo um número e sim uma pessoa.

CJU – Quanto à Unifenas, como foi para você retornar à instituição?
Carla – Nossa, fiquei muito contente! Nessa minha vinda aqui relembrei muitas coisas boas; apesar de que durante a Faculdade não foi fácil para mim, porque, além de estudar, trabalhava vendendo roupa. Então tinha muito pouco tempo para diversão. Mas tive momentos muitos bons nessa Faculdade, lembranças muito boas e hoje tudo isso veio à tona. Faz 15 anos que formei, passeei pela cidade, pela Universidade e vi que ela só melhorou. Observei no campus melhoras significativas e também a qualidade do ensino, que já era bom e agora está melhor ainda.

CJU – Sua mensagem final para os professores?
Carla – Eu devo um pouco do meu sucesso a formação que eles me deram. Então, sou grata a todos aqueles que contribuíram para minha formação, para a minha base. Porque, sem isso, hoje não estaria onde estou.

fonte: Repórter Unifenas http://reporter.unifenas.br/reportert.asp?menu=8&codrep=1689

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