Você sabia que existe uma relação direta entre algumas doenças cardíacas e a saúde bucal? A princípio, essa comparação pode parecer um pouco estranha, mas faz todo sentido biológico.
De maneira geral, podemos dizer que a interação entre coração e boca se dá mediante o sistema circulatório, responsável por irrigar e oxigenar o corpo humano como um todo. A partir dessa comunicação, é possível que haja transporte de vírus e bactérias por meio do sangue.
Pensando no assunto, separamos as principais informações sobre a relação existente entre as doenças cardíacas e as dentárias. Confira a seguir e descubra tudo sobre o assunto!
Como acontece essa relação?
Sabe-se que a boca é uma região do corpo que possui sua própria flora bacteriana. Os microrganismos podem entrar em contato com a corrente sanguínea por meio de lesões na cavidade bucal, que podem ser, por exemplo, causadas por gengivite.
A partir do contato com o sangue, as bactérias percorrem todo o sistema circulatório até chegar ao coração. No caso de haver alguma lesão nas paredes internas do órgão, é possível que as bactérias fiquem aderidas ali, o que provocará uma reação inflamatória na região. Essa inflamação é chamada de endocardite bacteriana.
Outro problema cardiovascular que é agravado pela presença de bactérias na corrente sanguínea é a aterosclerose, que consiste basicamente na formação de placas de gordura calcificadas nas paredes dos vasos sanguíneos. Essas placas dificultam o fluxo sanguíneo por meio dos vasos, além de poderem se soltar e provocar a chamada embolia pulmonar.
Embora a aterosclerose tenha origem multifatorial, existem estudos que indicam uma relação direta da presença de microrganismos nessas placas e a progressão da condição. Isso significa que as bactérias presentes na corrente sanguínea provenientes da boca podem ser um fator agravante para o desenvolvimento do problema.
Os grupos de risco
É importante ressaltar que existem grupos de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas associadas às dentárias. Podemos citar como exemplo pessoas mais susceptíveis ou com históricos anteriores de endocardite e gengivite crônica.
Vale lembrar que qualquer circunstância que aumente as chances de lesão nas paredes internas do coração é motivo de agravamento no risco do desenvolvimento de condições associadas à saúde bucal. Dessa forma, temos como agravantes as falhas congênitas no coração, indivíduos com válvulas artificiais, presença de sopros e miocardiopatia hipertrófica, que é o aumento do volume cardíaco.
Os primeiros sinais de inflamação
É fundamental que observemos sempre a presença de sinais inflamatórios na boca. Alguns indícios na gengiva são: vermelhidão e sensibilidade, sangramento, presença de pus e retração (que é o afastamento dos dentes). Além disso, é possível que mau hálito e dentes bambos também sejam indicadores de inflamação.
A partir da detecção da persistência de alguns desses sinais, é extremamente importante procurar um dentista. Vale lembrar que não é apenas a saúde dos seus dentes que está em jogo, mas também o risco do desenvolvimento de doenças cardíacas.
A importância da higiene bucal
A higiene bucal tem papel fundamental na manutenção da saúde do corpo. Manter a boca limpa reduz a proliferação indesejada de bactérias e, consequentemente, o aparecimento de inflamações e lesões que permitam a passagem de microrganismos para a corrente sanguínea.
Por esse motivo, é extremamente importante fazer a escovação correta dos dentes após cada refeição, assim como fazer uso frequente do fio dental. Além disso, recomenda-se realizar visitas ao dentista para avaliação da saúde bucal e para a realização periódica de limpezas. Dessa forma, é possível manter não só uma dentição saudável, mas também evitar o desenvolvimento de problemas cardíacos.
Gostou de saber mais sobre a relação entre doenças cardíacas e dentárias? Confira também o nosso artigo sobre a importância de dentes saudáveis para o mercado de trabalho!