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Pós-operatório siso: dor, latejando, o que comer?

Nesta nossa leitura, iremos abordar um assunto que se apresenta de vários aspectos a depender do paciente, o pós-operatório do siso. Temos um lado bem positivo da cirurgia e do pós-operatório, onde existem pessoas que não tiveram nenhuma espécie de problema após a cirurgia, já alguns pacientes tiveram experiências um pouco negativas, os quais viveram dias difíceis após arrancar um ou mais dentes do siso.

As pessoas podem não acreditar, mas o mesmo procedimento feito pelo mesmo profissional, usando a mesma técnica, procedimentos e material podem resultar em diferentes pós-operatórios a depender do paciente que foi operado.

Para pacientes mais sensíveis, estes podem apresentar e desenvolver sintomas de dor, inchaço e até sangramento na região que foi submetida à cirurgia. Isso acontece porque variáveis como o organismo do paciente influenciam nos dias seguintes.

Temos alguns pacientes que são mais suscetíveis à inchaços e à sensação de dor, desencadeando uma experiência do pós-operatório do siso algo bem mais significativo. Os sintomas podem ser agravados ainda pela forma como o procedimento foi conduzido. Por exemplo, quanto menos invasiva for a técnica escolhida pelo dentista, menores são as probabilidades dos sintomas aparecerem.

As características do local na boca onde o siso fica localizado também causa uma culpa para acentuar que o processo pós-cirúrgico fique mais dolorido. A localização deste elemento dental geralmente é dentro da estrutura óssea, fato que torna a cirurgia bem mais complexa, com a necessidade de usar a broca e o bisturi para retirá-lo de dentro do osso.

O formato da raiz do terceiro molar também é um desafio na maioria das vezes, pois apresenta-se de forma de curva, podendo ser uma curva formando até a letra S, sendo assim, mais difícil a extração.

A boa notícia é que, na maioria das vezes, o cirurgião dentista pode avaliar essas dificuldades através da radiografia e sinalizar para o paciente que o processo será mais delicado e, informar também ao paciente dos cuidados pós cirurgia e da medicação que deverá ser tomada para ajudá-lo na sua recuperação.

A pessoa que precisa da cirurgia é sempre submetida à radiografia. Esse raio-x fará com que o dentista consiga fazer uma avaliação detalhada da boca e planejar a extração com melhor clareza pensando no bem estar do paciente. 

Dependendo das características da boca, neste momento já é possível medir as chances de traumas aparecerem no pós-operatório do siso.

Além de prever os resultados, o dentista também deve passar todas as informações relacionadas à cirurgia e os cuidados que devem ser tomados no período antes e depois de sua realização.

Problemas mais comuns

Iniciaremos esta explicação falando dos primeiros cinco dias após a extração do terceiro molar (siso), que são os mais importantes do processo de recuperação.

A exodontia do siso estimula algumas reações inflamatórias em cadeia nos tecidos que estão na região ao redor da fixação do dente. Em alguns casos, isso resulta em certas feridas que ficam expostas.

 

Inchaço

A extração dentária se caracteriza por ser um procedimento cirúrgico, que quando realizado é iniciado por descolamento da gengiva em volta do dente e também, cortes na gengiva para que solte o elemento dental, causando assim lesões na gengiva, tecido mole e osso. Para se proteger, é normal que o corpo ative o seu sistema de defesa na região operada.

Uma vez que essas células são ativadas, um processo inflamatório dá início e ele resulta em edema e vermelhidão. Este inchaço (edema) é o reflexo do líquido dessas células que saem dos vasos sanguíneos para os tecidos superficiais.

Todo esse processo pode ser observado rapidamente e pode-se iniciar assim que o processo cirúrgico se encerra. Mas é no terceiro dia que, o pico desse inchaço se dá e então gradativamente espera-se que o edema retroceda (efeito reverso), deixando a região menos inchada até que ela volte ao seu estado natural.

Os dentistas alertam para a importância de se tomar todos os cuidados necessários nas horas seguintes à extração, isto fará a diferença entre uma boca muito inchada por mais tempo para uma com sintomas bem menores.

Como controlar?

A compressa de gelo é a sua maior aliada no pós-operatório do siso. A compressa não só ajuda a diminuir o inchaço, como também contra diversos outros sintomas que possam aparecer. O dentista deve instruir o paciente que é importe que se inicie as compressas nos primeiros minutos após a cirurgia e com muita frequência nas primeiras 24 horas.

A baixa temperatura ajuda a contrair os vasos sanguíneos que se dilataram por conta da retirada do dente e do processo inflamatório que vem na sequência. Evitando o grande fluxo de sangue na região, a liberação dos líquidos celulares que incham a região deixa de acontecer.

Dor

Algumas situações podem surgir após a extração do siso. O local onde ele estava fica exposto e a região em volta começa a inflamar. Este início de inflamação é uma resposta do  organismo entrando em sinal de alerta, ativando o seu sistema de defesa e enviando impulsos ao cérebro, informando que algo não está como deveria ser.

Esses impulsos são as dores que podem aparecer no pós-operatório do siso. A sensação costuma acontecer somente algumas horas depois da extração, já que a anestesia ainda leva um tempo para perder seu efeito.

Como controlar?

A dor deve ser controlada, quando ela aparecer, principalmente, através de medicamentos prescritos pelo dentista. O paciente deve executar todas as medidas e cuidados informados pelo dentista, para fazer com que ela desapareça e tomar todos os outros cuidados para o sangramento, o inchaço, a inflamação e o latejamento desapareçam. 

Lembre-se que ela é apenas um aviso do organismo e só acabará quando ele entender que o corpo já está funcionando sem nenhum problema.

Inflamação

No período de cicatrização, após a extração do dente, algumas inflamações podem acontecer. Estas inflamações não são muito comuns, mas a que tem maior tendência de aparecer é a alveolite.

E o que é alveolite?  A alveolite é uma espécie de inflamação ou infecção do alvéolo, área onde o dente estava alojado no osso mandibular ou maxilar, ou seja, o buraquinho onde este dente estava fixado. 

Quando o siso é extraído, o organismo tenta fechar aquele alvéolo que ficou exposto para protegê-lo de vírus, bactérias e fungos que podem estar presentes, tanto no ar como nos resíduos alimentares. No processo de fechamento ocorre a formação de um coágulo que, com o tempo, vai dando lugar ao tecido comum daquela região.

A alveolite pode ocorrer de duas formas, sendo a primeira delas chamada de “seca”,  onde não há a presença de pus. Ocorre quando a coagulação não acontece no pós-operatório do siso. Sendo assim, o alvéolo se mantém vazio e as terminações nervosas do paciente ficam desprotegidas, causando muita dor.

Para solucionar o problema, é preciso procurar o dentista para avaliar melhor o quadro. Na maioria dos casos, ele irriga o alvéolo e aplica nele substâncias que ajudam no processo de cicatrização e na inflamação. O profissional também pode prescrever alguns analgésicos para aliviar a dor.

 A segunda seria a alveolite purulenta que ocorre depois da alveolite seca. Sabe aquelas  terminações nervosas que estão expostas? Então, quando há infecção do organismo, ela se manifesta produzindo pus. O paciente terá secreções e pode apresentar mau hálito, além de ficar visível o pus no alvéolo.

Mais uma vez, o dentista deve ser consultado. Desta vez, não é o anti-inflamatório que entra em ação, mas o antibiótico. Ele também é acompanhado de um analgésico para aliviar a dor.

O dentista também irá realizar um procedimento no consultório. O paciente é anestesiado na região para que o profissional possa utilizar uma cureta que irá remover os resíduos que ficaram armazenados no local.

Apesar de serem menos comuns, outros tipos de inflamação podem acontecer. Sempre que os primeiros sinais aparecerem, o dentista deve ser procurado. Como essas inflamações podem ter diferentes origens e características, os tratamentos incluem medicamentos como anti-inflamatórios e antibióticos, que podem ser usados de forma isolada ou associada, sendo assim determinada e prescrita pelo dentista. É importante ressaltar que essas inflamações que se originam no alvéolo podem se espalhar para outras regiões da boca e até do corpo, desencadeando problemas diferentes e que podem apresentar risco à vida do paciente.

Como controlar?

Para diminuir o risco de inflamação, é preciso tomar os cuidados necessários para que a coagulação aconteça de forma correta e rápida. O  importante é fazer uma higienização bucal adequadamente, evitando o acúmulo de resíduos alimentares nas cavidades bucais, principalmente no alvéolo.

Durante o processo de higienização, não se deve fazer bochechos. Como o tecido que vai revestir o alvéolo está em formação e ainda é frágil, esta ação pode danificá-lo a ponto de não ter mais como ele se reconstruir, fazendo com que a coagulação volte ao seu estágio inicial tendo até sangramentos.

É preciso também que os medicamentos prescritos pelo dentista sejam usados na hora certa e na dosagem indicada pelo profissional. Os alimentos não poderão ser ingeridos  quentes, pois eles prejudicam a formação do tecido. E tente repousar o máximo possível.

Sangramento

Na realização da exodontia, a raíz é removida do alvéolo interrompendo assim, a comunicação dos nervos do dente com o sistema de todo o corpo. Esta ligação de nervos  do canal do dente no alvéolo é o responsável por ligar o terceiro molar ao sistema sanguíneo do corpo, permitindo que ele receba os nutrientes necessários para se manter saudável.

Como essa inervação é cortada durante o processo de extração, o caminho fica livre para que a corrente sanguínea saia pelo espaço deixado pelo siso. Em muitos pacientes, este sangramento acontece somente durante a cirurgia. Em outros, pode acontecer de pequenas quantidades de sangue “vazarem” nos dias seguintes.

Se os sangramentos forem recorrentes e volumosos, é necessário que se procure o dentista, pois algo está errado. A operação de retirada do siso se encerra com pontos e eles podem ter estourado, o que pode ser umas das causas do problema. 

Como controlar?

Após a finalização da exodontia, o dentista já inicia o processo de controle do sangramento. É comum que pacientes sejam submetidos a um período de tempo em que mordam uma gaze estéril antes de o dentista suturar.

Em alguns casos, esta gaze é substituída por esponja de fibrina, um sistema de coagulação artificial que ajuda a potencializar e agilizar o coágulo natural do organismo.

Quando este sangramento acontecer em casa, o paciente pode repetir o procedimento que já fez na clínica, mordendo uma gaze estéril por alguns minutos até que ele encerre. A pressão exercida pela mordida ajuda a comprimir os vasos sanguíneos, diminuindo a circulação de sangue e, consequentemente, o seu vazamento.

Latejando

Muitas pessoas passam também por esse processo de pós-operatório do siso com o  latejamento da região próxima de onde o dente retirado estava. Os vasos sanguíneos dilatam-se e contraem-se ritmicamente por conta do trauma que a cirurgia deixou na sua boca.

O latejamento pode ser um reflexo da inflamação natural que acontece na região depois da intervenção odontológica e não apresenta grandes riscos para o paciente.

Como controlar?

Para diminuir essa sensação ruim, pode-se tomar os mesmos cuidados com relação ao inchaço. Compressas de gelo, bebidas e comidas geladas ajudam a diminuir a circulação sanguínea na região e, consequentemente, o latejar dos vasos.

Quantos dias de repouso são necessários?

As pessoas que realizam cirurgia na boca devem ter em mente que a cicatrização da gengiva é diferente das demais regiões do corpo. Sendo mais  demorada, precisa de alguns cuidados especiais para que aconteça corretamente. Em geral, a cicatriz no alvéolo está completa entre cinco e sete dias após a retirada do siso.

Entendemos como ideal, que o paciente se mantenha em repouso por todo este período, evitando, durante essa semana, atividades físicas ou exercícios que exijam o uso de força, uma vez que eles aumentam a circulação sanguínea e retardam o processo de coagulação, podendo prejudicar o quadro.

 

O que comer no pós-operatório siso?

É recomendado que se alimente com sorvetes e picolés que farão a mesma função da compressa de gelo (eles complementam, mas não substituem), principalmente nas primeiras 24h após a cirurgia.

Alimentos líquidos e macios também estão liberados, mas devem ser consumidos em temperatura ambiente. A sugestão é uma sopa ou então macarrão.

Não esqueça que os alimentos líquidos precisam ser nutritivos. O corpo está passando por um processo de cicatrização e precisa estar bem nutrido para conseguir coagular a região e criar os tecidos que vão revestir o alvéolo.

Durante todo o processo de recuperação, deve-se evitar alimentos duros. Os alimentos mais duros exigem mais força muscular para serem digeridos, o esforço realizado durante a mastigação tem alta probabilidade de lesionar a região, fazendo com que o inchaço e o sangramento possam voltar.  

Os alimentos quentes serão permitidos somente após as primeiras 24 horas do pós-operatório do siso. Depois deste período, você também pode realizar compressas de água quente na região para relaxar os músculos.

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