Você sabe o que é placa bacteriana? Vamos contar tudo que precisa saber sobre ela: como é formada, quais as formas de evitá-la e tratá-la, sua aparência, de que modo identificá-la e o que ela pode fazer com a sua saúde bucal.
A placa, também chamada de biofilme dental, é uma das principais causas de problemas na saúde bucal. Pode causar cáries, doenças periodontais como gengivite e periodontite, mau hálito, sensibilidade e até perda de elementos dentários. Acompanhe o texto e confira mais sobre o tema!
O que é placa bacteriana?
Consiste em uma película pegajosa incolor, mas, às vezes, amarelada. Encontrada na superfície dos dentes, raramente é percebida, devido à rápida formação. Sua detecção é mais fácil pela manhã, quando nossa boca fica sem higienização por um longo período.
É constituída por saliva, restos alimentares e, como o próprio nome diz, bactérias. Os microrganismos encontrados nela nem sempre são maléficos, pois vivem em harmonia com a nossa cavidade bucal. O problema é o excesso.
Quando acontece o acúmulo de saliva, restos alimentares e microrganismos, o ambiente se torna propício à fixação e multiplicação das bactérias. Então, podem acontecer duas coisas: pela ação da saliva, essa massa se solidifica e forma o cálculo dentário ou as bactérias cariosas utilizam o carboidrato dos alimentos e produzem ácido lático, que deteriora o esmalte dos dentes originando a cárie.
Como ela é formada?
O organismo humano apresenta aproximadamente 100 trilhões de bactérias presentes em todas as partes do corpo, a maioria dessas bactérias costumam viver em harmonia conosco, são as chamadas bactérias “benéficas”. No entanto, quando o ambiente é favorável, com nutrientes à disposição e umidade ótima, a reprodução desses microrganismos é acelerada, o que pode causar um desequilíbrio no organismo e facilitar a chegada e aderência de novas bactérias não tão benéficas.
Basicamente, é o que acontece com a falta de escovação ou com a realização incorreta desse procedimento (muitos pacientes fazem a escovação 3 vezes ao dia, porém de maneira inadequada). Ao negligenciar a limpeza exata dos dentes, promovemos o acúmulo da placa bacteriana e damos às bactérias “maléficas” todas as condições necessárias para sua sobrevivência, com consequente desenvolvimento de cárie e de doenças periodontais.
Tais patologias podem levar à necessidade de tratamento endodôntico (canal), sensibilidade dentária, reabsorções ósseas, perda de tecido gengival e até ao desenvolvimento de doenças fúngicas, como a candidíase oral.
Como identificar a placa bacteriana?
Como já dito, as bactérias são integrantes comuns em nosso organismo. Assim, é natural que tenhamos um nível de placa bacteriana não prejudicial. No entanto, quando há um acúmulo nocivo, tais microrganismos começam a desgastar o esmalte dos dentes, esse processo resulta no enfraquecimento deles e até em mau hálito.
O agravamento da placa possibilita as cáries, que se iniciam como pequenos pontos pretos na parte superior dos dentes (na coroa), até formarem furos para o interior deles. Isso ocorre devido aos microrganismos que desgastam e consomem os dentes até a sua base.
A placa bacteriana ainda pode afetar a gengiva, ao causar a inflamação dela, a famosa gengivite. Em tal situação, há incômodos na gengiva, ela incha, fica mais avermelhada e sangra facilmente, somente com uma escovação básica. Isso também provoca sensibilidade nessa região e nos dentes, sobretudo ao comer alimentos frios ou quentes. Esse processo patológico consegue culminar no encolhimento da gengiva e em doenças periodontais, amolecendo os dentes e, em casos mais sérios, promovendo a queda deles.
O tártaro é outro efeito da placa bacteriana, pois ele consiste no endurecimento dela. Assim, tal placa gruda nos dentes, formando uma superfície amarela sobre eles, que não sai de maneira simples, com a limpeza básica. Nesse caso, é preciso ir ao dentista para efetuar a remoção do tártaro.
Saiba a aparência da placa bacteriana para identificá-la
Os apontamentos feitos acima são agravamentos da placa bacteriana. Essas doenças geradas por ela apresentam os sintomas descritos, como desconfortos nos dentes ou aspectos de cor diferentes do normal. Tais sinais são formas de reconhecer a intensidade da placa bacteriana.
No entanto, ela em si só pode ser percebida observando os dentes. Apesar de ser incolor e não chamar tanto a atenção, como o tártaro que tem coloração amarela e contrastante com o branco dos dentes, a placa bacteriana pode ser notada após as refeições. Um período depois de comer e antes de escovar os dentes, observe entre um dente e outro que há uma película incolor ou branca sobre eles, ela é a placa bacteriana.
Outro aspecto, não ligado exatamente à aparência, mas à sensação dela, é que os dentes ficam sutilmente ásperos. Os dentes normalmente são bem lisos, se você deslizar a língua sobre eles e sentir aspereza e uma sensação pegajosa (a textura da placa bacteriana), é sinal de placa bacteriana presente neles.
O que pode ser feito para evitá-la?
Para evitar a deterioração dos dentes e dos tecidos ao redor, o tratamento deve ser a remoção da placa bacteriana. Ou seja, deve haver uma boa limpeza da boca periodicamente, sua realização é recomendada no mínimo a cada 6 meses. A seguir, veja algumas dicas de higiene bucal que vão ajudá-lo a manter o biofilme dental sob controle.
Escove os dentes
Escovar os dentes ao menos 3 vezes ao dia é essencial para evitar a formação da placa bacteriana. Além disso, existem técnicas de escovação e escovas de dentes variadas, quem pode indicar qual é a melhor para o seu perfil é o dentista. Contudo, em regra geral, as escovas de dentes devem sempre ter cerdas macias ou ultramacias para evitar que ocorra abrasão nos dentes e problemas gengivais no futuro.
As cerdas também devem ser regulares, isto é, todas precisam conter a mesma altura, isso facilita o alcance e a limpeza de todos os dentes por igual. É importante também não se esquecer de trocá-la a cada 3 meses ou assim que as cerdas começarem a ficar abertas.
Utilize o fio dental
A gengiva localizada entre os dentes não é alcançada com o uso da escova dental, somente o fio dental consegue atingir esse local e remover os restos alimentares que ficam parados ali. O uso do fio dental é recomendado pelo menos 1 vez ao dia. Fazer um bochecho com água para retirar os resíduos alimentares pode ser um bom início.
O fio dental deve ser manuseado com delicadeza para não machucar a gengiva, seu uso resumidamente consiste em enrolar aproximadamente 40 centímetros dele nos dedos indicadores ou médios, deixando uns 10 centímetros entre cada mão. Após isso, apoie o dedão no dedo com o fio e deslize-o para cima e para baixo de modo que o fio adentre a gengiva. Repita o processo em todos os dentes!
Higienize a língua e as bochechas
A língua e as bochechas são uns dos lugares de maior retenção de placa bacteriana, por isso, a higienização desses locais é mais que essencial. Você pode efetuar a limpeza de ambas com a escova dental. Na língua, você fará movimentos de varredura, como se estivesse varrendo a casa, sempre puxando do interior para o exterior. Recomenda-se fazer esse movimento seis vezes no lado direito, no interior e no lado esquerdo da língua.
Nas bochechas, você fará o mesmo, sempre trazendo a placa de dentro para fora. É importante escovar a língua e as bochechas por último e fazer uma boa higiene da escova depois do término do procedimento.
Reduza o consumo de doces
O açúcar é o nutriente preferido das bactérias cariogênicas, porque tem sacarose, componente que contribui para a fermentação desses microrganismos e produção de ácido lático, substância capaz de destruir a superfície dos dentes.
Por tal motivo, diminuir o consumo de alimentos ricos em açúcar é uma boa dica para evitar a cárie. Alimentos como pão branco (feito com farinha de trigo), refrigerantes e outros com muitos carboidratos também têm uma grande quantidade de açúcar e devem ser reduzidos, além de doces em geral.
Não precisa removê-los completamente da sua dieta, é necessária somente diminuir a ingestão deles. Isso porque a cárie é uma doença multifatorial, ou seja, ela é desencadeada por muitos fatores que não incluem apenas o consumo de açúcar. O seu pH salivar pode influenciar o desenvolvimento da cárie, a quantidade de saliva produzida, o tempo que a placa permanece na superfície dos seus dentes e principalmente a quantidade e a qualidade da sua higienização bucal.
Atente às restaurações
As matérias-primas aplicadas em restaurações, quando em exagero, são capazes de facilitar a concentração de bactérias e agilizar a formação da placa. Isso pode ocorrer com o uso de algumas resinas e ligas materiais aplicadas nas restaurações, sobretudo se tais materiais forem aplicados em excesso. O dentista consegue orientar melhor sobre o tipo de componente ideal para a sua restauração dentária.
Visite o dentista regularmente
Ir ao dentista a cada 6 meses ajuda a evitar os danos causados pela placa bacteriana, pois a cada consulta o profissional vai realizar uma profilaxia, isto é, uma completa “limpeza” nos seus dentes, deixando-os livres da placa e de qualquer indício de cálculo que possa existir.
Esse profissional também apontará a melhor técnica de escovação para o seu perfil dentário, mostrando pessoalmente como realizá-la. Reforçará as dicas de higienização, ensinará a passar o fio dental e, se necessário, poderá indicar um enxaguante bucal com a frequência de uso ideal para você.
Ainda, o profissional consegue auxiliá-lo na escolha sobre a melhor pasta de dente para o seu perfil, afinal há diversos tipos e marcas no mercado, certo? Vale lembrar que você é o protagonista dessa história e o principal responsável pela sua saúde bucal.
Sendo assim, tome conta dela ao aplicar todas as medidas aqui apontada, observe a boca e os sinais que ela apresenta, como colorações, odores, texturas, entre outros. Com isso, você conseguirá tratar da eliminação da placa bacteriana e prevenir outros problemas sérios.
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